Comerciantes relatam redução de até 70% no número de clientes após interdições da SP-304 para obras em Piracicaba

  • 29/05/2025
(Foto: Reprodução)
Em março, entradas para a região de Santa Terezinha e bairro Monte Rei foram fechadas, dificultando o acesso de consumidores e até mesmo de serviços de urgência, como Samu. Comerciantes do Parque Piracicaba reclamam de prejuízos com interdições Comerciantes em Piracicaba (SP) relatam prejuízos nos negócios desde o início das obras entre os quilômetros 169 e 171 da Rodovia Luiz de Queiroz (SP-304). Segundo eles, as interdições realizadas dificultam o acesso aos bairros Monte Rei, Parque Piracicaba e à região de Santa Terezinha, causando queda de até 70% no número de clientes. 📲 Participe do canal do WhatsApp do g1 Piracicaba O problema teve início no final de março, quando foram fechados acessos da rodovia para o bairro Monte Rei e o distrito de Santa Terezinha, uma das regiões mais populosas de Piracicaba. A obra, que tem investimento previsto de R$ 30 milhões, é para construir dois viadutos, nos quilômetros 169 e 171. Segundo a Eixo SP, concessionária responsável pela rodovia e pela obra, o prazo para finalização dos trabalhos é de um ano e meio. Comerciantes e moradores afirmam que sabem da importância da construção dos viadutos - o local frequentemente sofria com acidentes de trânsito -, mas reclamam da forma como os desvios e interdições estão sendo feitos, deixando as pessoas da região isoladas. Obras no km 169 e km 171 na Rodovia Luiz de Queiroz (SP-304), em Piracicaba Reprodução/EPTV 'Não dura mais 90 dias se continuar assim' Dono de uma loja de materiais de construção há nove anos no Parque Piracicaba, o comerciante Leonildo Bilancheri comenta que nunca passou por um situação como essa. Ele relata que está com contas atrasadas e que teme precisar fechar as portas do negócio devido a uma queda de 70% no movimento. "Boletos que vão chegando não tá sendo nenhum pago, não consegue pagar. Quando eu tinha um faturamento de 100%, conseguia pagar tudo em dia. Não dura mais 90 dias [a empresa] se continuar assim, não consigo. Eu tenho funcionário, carro rodando, tenho despesas, tenho imposto. O contador mandou o imposto, eu vou pagar como?" Entregas afetadas No depósito de bebidas de Antônio Carvalho da Fonseca, as entregas foram reduzidas após o início das obras. O empresário estima uma queda de 40% nas vendas. "Eu tenho observado que tem caído as vendas, uns 40%, depois que começou a mexer com essa obra. A gente fazia entregas umas cinco, seis vezes no dia. Agora, só duas vezes", reclama. A lanchonete de Daniele Martins de Oliveira passa pelo mesmo problema. A comerciante explica que precisou se reinventar para não encerrar as atividades. Ela relata que, com o desvio, um trajeto que antes era feito em cinco minutos, agora, leva 40. Isso tem afetado as entregas. "Nossos clientes sempre estão acostumados a receber nosso salgadinho frito, quentinho, na hora. Tudo atrapalha, não chega do mesmo jeito. Pra você poder voltar da pista demora 40 minutos, só pra fazer esse trajeto. Coisa que era cinco minutos antes", conta a comerciante. 'Tem que fechar' O borracheiro Felipe Borges tem um comércio na região há sete anos, e recebia clientes que viam da rodovia. Desde que as obras começaram, ele pensa em encerrar as atividades devido à drástica redução no movimento. "Fazia uns 20 carros, hoje tá fazendo cinco. Vai indo, vai indo, tem que fechar, né. Porque tem aluguel, tem as coisas pra pagar", explica Felipe. Em outro comércio da região, Zilma Almeida também teme o fechamento de sua loja. A papelaria mantida por ela não tem conseguido se manter com a baixa nos clientes. "Eu não tô conseguindo pagar o que tô comprando e colocando aqui dentro. Quem paga aluguel, ou não come, ou não paga o aluguel, não paga a água, não paga a luz, não paga ninguém. A venda não é suficiente pra isso." Comércio na região de Santa Terezinha, em Piracicaba, têm sofrido com as interdições das obras na Rodovia Luiz de Queiroz Reprodução/EPTV Atraso em atendimentos médicos Os moradores da região relatam problemas em relação ao atendimento médico depois do fechamento das entradas. Em horário de pico, as viaturas do Serviço Móvel de Urgência (Samu) não conseguem chegar rapidamente até os locais de atendimento, já que os retornos só são feitos por dentro dos bairros. A empresária Ana Laura Medina Nogueira Justino conta sobre a dificuldade que seu pai passou durante um momento de necessidade. Ele faleceu no início do mês de maio, durante um tratamento contra câncer. Quando precisou de atendimento médico, chegou a ficar preso no congestionamento. "Além da demora pra chegar, na hora que chegou, o motorista do Samu não sabia. Determinado trecho que não tem alternativa nem pro Samu, nem pra polícia, nem nada. Então, fica preso mesmo", relata. Interdição na Rodovia Luiz de Queiroz, em Piracicaba, tem causado transtorno a comerciantes e moradores da região de Santa Terezinha Reprodução/EPTV O que diz a Eixo SP Procurada pela reportagem, a Prefeitura de Piracicaba informou que quem estabelece o que é necessário para a realização da obra, incluindo os fechamentos de acessos, é a concessionária. Já a Eixo SP informou em nota que fez ajustes no trânsito para garantir a segurança dos usuários e trabalhadores, e afirma que está empenhada em concluir os trabalhos no menor prazo possível. A empresa também disse que o acesso ao bairro Parque Residencial Piracicaba não foi fechado, com opções de acesso nos quilômetros 172,35 e km 170,85. A concessionária reforçou, por fim, que após a conclusão, os ganhos em segurança viária e fluidez entre os bairros serão significativos. Veja mais notícias do g1 Piracicaba e região

FONTE: https://g1.globo.com/sp/piracicaba-regiao/noticia/2025/05/29/comerciantes-relatam-reducao-de-ate-70percent-de-clientes-devido-a-interdicoes-da-sp-304-para-obras-em-piracicaba.ghtml


#Compartilhe

Aplicativos


Locutor no Ar

Peça Sua Música

No momento todos os nossos apresentadores estão offline, tente novamente mais tarde, obrigado!

Anunciantes