MP aponta suspeitas de 'caixa 2' em campanha e repasse de propina e Justiça bloqueia bens de prefeito e mais nove em Capivari

  • 22/07/2025
(Foto: Reprodução)
Justiça determina bloqueio de bens do prefeito e mais nove pessoas em Capivari A Justiça determinou o bloqueio de bens do prefeito e mais nove pessoas após o Ministério Público apontar a existência de um suposto esquema de desvios de recursos públicos que incluiu pagamento de propina na Prefeitura de Capivari (SP). O bloqueio determinado foi de R$ 2,5 milhões. Cabe recurso contra a decisão. A denúncia do promotor de Justiça Luís Felipe Delamain Buratto, inclui transcrições de conversas entre os investigados e documentos. Ela aponta que, desde o período em que o prefeito Vitor Riccomini (PL) exercia o cargo de vice-prefeito (entre 2013 e 2020), houve uma aproximação com a empresa EPPO Soluções Ambientais S/A, que teria levado a um apoio político e financeiro não declarado à sua campanha eleitoral de 2020, com indícios de "caixa dois". Prefeitura Municipal de Capivari (SP) Divulgação/ Câmara de Capivari LEIA TAMBÉM: Justiça bloqueia bens de prefeito em investigação sobre negócios imobiliários em Capivari Esse apoio teria incluído a contratação de uma agência de publicidade para a elaboração de estratégias eleitorais. No entanto, segundo a Promotoria, não foi registrado oficialmente na Justiça Eleitoral qualquer repasse à campanha do prefeito pela empresa ou representante dela. O Ministério Público também afirma que, durante o mandato de Riccomini como prefeito (a partir de 2021), a empresa EPPO teria sido reiteradamente favorecida pela administração municipal, com a exigência e o repasse de propinas em percentuais fixos (8%) sobre as faturas liquidadas. Segundo as investigações, também houve um aditamento contratual fraudulento. Levantamento da Promotoria aponta que, entre os anos de 2017 e 2023, a empresa EPPO recebeu da Prefeitura de Capivari o valor total de R$ 32,7 milhões. Conversa acessada pelo MP mostra representante da empresa demonstrando apoio à campanha do prefeito de Capivari MP-SP Para juiz, há indícios de irregularidades De acordo com o juiz do caso, André Luiz Marcondes Pontes, as mensagens trocadas entre investigados revelam tratativas para o recebimento de valores indevidos por agentes municipais. "Há, inclusive, referências explícitas a percentuais sobre faturas e a documentos que, em tese, visariam a mascarar os desvios, como o aditamento contratual. As fotografias de sacolas supostamente contendo dinheiro e as menções à entrega desses valores aos agentes públicos reforçam os indícios da prática delituosa", acrescenta. Além do prefeito, foram denunciados um ex-secretário, um ex-diretor, um ex-chefe de gabinete, e um ex-colaborador da prefeitura. A Justiça determinou o afastamento do ex-secretário, do ex-diretor e do ex-chefe de gabinete de seus cargos, mas a prefeitura informou ao g1 que, com exceção do prefeito, os demais já não ocupam postos na atual administração. Faltam provas contra prefeito, diz juiz O MP também pediu afastamento do prefeito, mas o juiz negou essa solicitação sob justificativa de falta de provas. "A ausência de elementos probatórios diretos de recebimento de valores ou menção nominal nas tratativas de propina, impede, por ora, o deferimento de seu afastamento cautelar, medida que exige elementos concretos de prova. Sua posição hierárquica, como Chefe do Poder Executivo Municipal, constitui indício de que ele era beneficiado e tinha conhecimento do esquema. Tal indício autoriza a recepção da ação contra ele intentada e medidas cautelares; contudo, a medida cautelar extrema de afastamento cautelar do cargo por ele ocupado, por contrariar a vontade popular manifestada em eleição, exige prova concreta, com maior robustez, não presente no caso", detalha o magistrado. Também foram denunciadas a empresa e quatro pessoas ligadas a ela. O Ministério Público ainda pede: Ressarcimento integral dos valores que teriam sido desviados; Perda da função pública dos réus; Suspensão dos direitos políticos; Multa civil; Proibição de contratar com o poder público ou receber incentivos fiscais. Esses pedidos ainda serão analisados na ação, quando ela for julgada. Conversa acessada pelo MP mostra celebração de representante da empresa no dia do 1º turno das eleições MP-SP O que diz a prefeitura Em nota, a Prefeitura de Capivari informou que foi notificada da decisão. "Reforçamos que os citados na ação judicial não ocupam mais cargos na atual administração", reiterou. Em relação ao contrato mencionado, a prefeitura afirmou que não foram identificadas irregularidades durante sua execução. "O vínculo com a empresa EPPO foi encerrado em 20 de março de 2025, não havendo mais relação contratual com o município", observou. "A prefeitura reafirma seu compromisso com a transparência e permanece à disposição da Justiça para colaborar com o que for necessário. Em relação aos investigados, o município não irá se manifestar, por entender que eventuais esclarecimentos devem ser prestados pelas respectivas defesas, após a devida notificação", finalizou. O g1 entrou em contato com funcionários da EPPO para pedir entrevista com um representante da empresa, mas não houve retorno até a última atualização desta reportagem. VÍDEOS: tudo sobre Piracicaba e Região Veja mais notícias da região no g1 Piracicaba

FONTE: https://g1.globo.com/sp/piracicaba-regiao/noticia/2025/07/22/mp-aponta-suspeitas-de-caixa-2-em-campanha-e-repasse-de-propina-e-justica-bloqueia-bens-de-prefeito-e-mais-nove-em-capivari.ghtml


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